Me engane, diga que sou diferente.
Fale mais uma vez que não sou como as vadias da sua cidade,
Aquelas que te esperam nas esquinas em troca de uns trocados.
Minta pra mim, diz que não é o fim.
No final do dia, arranque meu coração outra vez
E me faça sentir que sou culpada pelos seus pecados.
Me beije, me abrace, me aperte.
Me use de uma vez por todas, me engula
Como um shot da bebida que você trouxe de sua terra.
Me pergunte o que eu quero
Como se tivesse alguma importância pra você
E no fim do dia, me diga que só quer me levar pra cama.
Me traga essa dor de volta,
Me destrua por dentro, me mate com seu olhar safado,
Mas não volte daqui a um tempo querendo me enganar outra vez.
Me esqueça e me enterre
Como um corpo abatido
Nas profundezas de sua memória seletiva.