Não passe por esse caminho,
não ande por onde andei,
não desejo que tropece nos
meus pedaços.
Desvie de mim, desvie como sempre,
aprecie meu andar encurvado e cabisbaixo;
tente não lembrar o tanto que expressei,
papéis, canetas e tempo.
Decidi me condenar, decidi ser escravo,
eu olho sempre na mesma direção,
mas você não está lá !
você nunca mais vai estar lá !
Posso parecer, e sei que pareço,
um adolescente ancorado na lembrança
de um instante que valeu por ele mesmo,
instante onde a vida não está !
Por isso não ande por essa calçada,
não tropece nos meus pedaços, não tropece;
Não vou estar lá para evitar que caia.
Não tropece, pois não poderei me aproximar
para evitar sua queda, como não pude evitar
as lágrimas que feriram seu rosto.