Nathália A.

Grayromantic

 

Sempre andei com uma certa dúvida,

Sobre não se sentir atraída,

Achava que algo estava errado,

Achava que algo estava faltando.

 

Via amigas se apaixonando a cada instante,

Bastava apenas uma pequena atração,

Do ser ao lado,

Para que um beijo fosse entrelaçado.

 

Que rapidez, que pressa.

Não dava tempo nem do coração bater,

Com o mínimo de sentimento que fosse,

Mas me disseram que era normal,

Que era apenas desejo carnal.

 

Sempre fui \"a que se fazia de difícil\",

Mas não \"me fazia\" por querer aparecer,

Realmente, quando sentimentos não existia,

Eu não queria,

Não era interessante pra mim.

 

Sempre achei muito esquisito,

Beijos sem compromisso, 

Caricias sem romantismo,

E como boa parte das pessoas são feitas disso,

Acabei distanciando seres assim

Pra longe de mim.

 

E como a cor cinza que eu sempre esqueço,

Esqueci como sentia algo por alguém. 

Nenhum deles me chamavam atenção, 

Nenhum deles tocava meu coração.

 

Até me acho menina bonita,

E em algumas oportunidades vividas:

\"Deixa-me te dar um beijo guria.\"

A resposta, todas às vezes, era certa:

\"Não, não quero.\"

 

E eu...

Não sabia o que era entrelaçar as mãos,

Não sabia desejar estar ao lado de outrem,

Não conseguia me ver encostando os lábios em alguém.

 

Então me acostumei,

Sem desejos, sem carências. 

Se tornou normal esse ar \"romântico\"

Ser meio acizentado.

 

N.