Velejo em alto mar
com uma liberdade que nunca tive.
O Mestre me conduz com graciosidade,
deixando para trás, o meu velho “Eu” sem saudade.
O meu companheiro de viagem censura-me com o seu silêncio;
Está demasiado ocupado com os seus passatempos.
Mas eu debruço sobre a tua promessa Senhor,
combatendo em peito firme contra os ventos.
O meu companheiro saúda me com um bom dia sem sentimento;
E eu devolvo-o no mesmo tom, sem ressentimento;
Porque ambos temos muito para aprender,
assim que pisarmos o chão da nossa terra prometida.
Ele está mais focado nos seus ganhos
e eu na Estabilidade que nunca tive;
Felizmente que cuido dos meus rebanhos,
pois é pelo bem comum que se vive.
O meu amigo de viagem passa demasiado tempo
a olhar para o seu umbigo.
E eu apuro os meus ouvidos e sentidos,
aguardando por cada onda passada,
novas instruções com fundamento.
Ele não me ama de verdade;
Mas também dele, não lhe exijo o que não tem.
Infeliz é aquele que espera ser feliz,
quando não valoriza o que tem.
Consigo alcançar o horizonte,
mas as correntes desviam-me perante as incertezas.
O meu mestre sussurra-me palavras de motivação;
O meu companheiro apenas alcança o vazio sem defesas.
A terra prometida é o que me faz manter erguida,
a paz que enche o meu peito sem cessar.
Só espero é que o meu amigo,
tenha oportunidade de encontrar o seu lugar.