O mar não me inspira.
Nele sou feliz.
O vento, assim como a onda, bate e leva o mais abjeto sentimento que habita minha alma.
A onda a borbulhar na areia é melhor que o chão se aproximando.
O sopro do mar supera a proteção das montanhas.
Mas hoje estou menos disposto.
Penso em caminhar pela orla, no entanto me sinto cansado.
O sol reflete no mar o dia que está por vir e, nele, todos os compromissos de uma era.
O homem, com sua consorte, conversa com terceira pessoa. Intercalam risadas e falam de amenidades, suponho.
A vida é mesmo um eterno ir e vir, porém, aqui, posso respirar.
Depois de uma breve hesitação, inspiro o sopro do mar, quase toco a felicidade, mas sigo sem qualquer sorriso no rosto.