Domingo dia de ver a Toca
Sempre sentada em sua poltrona.
Às vezes tomando sol com seus óculos escuros
presentes do seu neto, às vezes
sentada na área igual a uma gata
esperando eu aparecer.
No inverno lá estava ela com sua
toca colorida, aquela que deixou-a marcada.
Minha prima tem um amor incondicional,
mesmo com sua partida
sempre lembra dela ensinando a tomar café com queijo e requeijão.
Eu me lembro dela quando era bebê, quando
me senti aflita naquela feirinha no centro da cidade
ao perdê-lá de vista.
Sempre estava grudada em sua saia com cheiro de comida.
O tempo passa e as coisas mudam.
Toca era um espírito de luz, bem melhor que muitos aqui.
Mas a vida é assim mesmo
temos que saber ouvir.
Te amamos Toca, você fez sua morada aqui.
Rosangela Rodrigues de Oliveira