Rosangela Rodrigues de Oliveira

Toca

Domingo dia de ver a Toca

Sempre sentada em sua poltrona.

Às vezes tomando sol com seus óculos escuros

presentes do seu neto, às vezes

sentada na área igual a uma gata

esperando eu aparecer.

No inverno lá estava ela com sua

toca colorida, aquela que deixou-a marcada.

Minha prima tem um amor incondicional,

mesmo com sua partida

sempre lembra dela ensinando a tomar café com queijo e requeijão.

Eu me lembro dela quando era bebê, quando

me senti aflita naquela feirinha no centro da cidade

ao perdê-lá de vista.

Sempre estava grudada em sua saia com cheiro de comida.

O tempo passa e as coisas mudam.

Toca era um espírito de luz, bem melhor que muitos aqui.

Mas a vida é assim mesmo

temos que saber ouvir.

Te amamos Toca, você fez sua morada aqui.

 

Rosangela Rodrigues de Oliveira