Belinha, teu menino te ama tanto!
Dezessete anos e sete meses de tanto encanto!
Me lembro do seu carinho ao me lamber suado
Olhar meigo, sincero, dedicado
Me esperava sempre com um sorriso irradiante
Ou eram lambidas vibrantes?
Eram as duas coisas amada
E o que dizer da carinhosa patada?
Me chamando e dizendo: estou aqui menino!
Com a idade foi-se o vigor
Mas o amor...
Continuou
Mesmo com as limitações
Ao ouvir a minha voz a cabecinha logo levantava
E eu tentando retribuir- ajudava na caminhada
Estudava cada vitamina, cada medicamento
Que pudesse trazer algum alento
Mas, minha amada, a idade chegou e você partiu
A convivência física exauriu
Porém no meu coração há um balanço de rabo, um afago de amor
É você me dando suporte, afeto e coragem para superar a dor
Se algum consolo há, e creio que assim o seja
Busco amparo em Eclesiastes (Ec 3, 19-21) para que eu te veja
No céu, onde tenho certeza de que você esteja
Correndo atrás de suas bolinhas com vigor e firmeza
Ah Bela, quanta saudade!