Andre Dias

Belinha

Belinha, teu menino te ama tanto!

Dezessete anos e sete meses de tanto encanto!

Me lembro do seu carinho ao me lamber suado

Olhar meigo, sincero, dedicado

 

Me esperava sempre com um sorriso irradiante

Ou eram lambidas vibrantes?

Eram as duas coisas amada

E o que dizer da carinhosa patada?

Me chamando e dizendo: estou aqui menino!

 

Com a idade foi-se o vigor

Mas o amor...

Continuou

Mesmo com as limitações

 

Ao ouvir a minha voz a cabecinha logo levantava

E eu tentando retribuir- ajudava na caminhada

Estudava cada vitamina, cada medicamento

Que pudesse trazer algum alento

 

Mas, minha amada, a idade chegou e você partiu

A convivência física exauriu

Porém no meu coração há um balanço de rabo, um afago de amor

É você me dando suporte, afeto e coragem para superar a dor

 

Se algum consolo há, e creio que assim o seja

Busco amparo em Eclesiastes (Ec 3, 19-21) para que eu te veja

No céu, onde tenho certeza de que você esteja

Correndo atrás de suas bolinhas com vigor e firmeza

 

Ah Bela, quanta saudade!