Eu não tinha esse rosto
Nem esse sorriso enferrujado
Muito menos transmitia esse desgosto
Eu nunca estive tão cansado
Nada mais me agrada
Nem me tira da fria solidão
A minha existência está cada vez mais acabada
E o meu céu agora é o chão
Já não penso mais em voar
Já não tenho pra onde ir
Afogado, eu morro, sem saber nadar
Desesperado fico sem conseguir emergir
Problemas atrás de problemas
Contas pra pagar, caminhos pra trilhar
Eu me perco nesse dilema
Para onde devo andar?
O futuro vem, não tem pra onde correr
Não se foge do tempo nem do envelhecimento
Não se foge da responsabilidade ao se crescer
E todo cuidado é pouco pra não morrer em pensamento.