SAUDADES DE MEUS FILHOS
No amanhecer sereno, nos canteiros de papoulas,
ópio que entorpece a alma,
encontro uma prece, um lamento, uma saudade que corta meu peito.
Como dor pulsante e incessante,
dilacera meu âmago a lâmina afiada do aço damasco.
Entorpecido, esqueço as dores da vida
e sonho que o amanhã trará um novo dia para viver minha utopia.
Meus pés anseiam por andar descalços,
mas o caminho é cruel, machuca demais, como um pecado impensado.
Meu coração chora sem eu mesmo querer
meu peito descompassado sangra, esgotando minhas forças.
Recordo os risos e as traquinagens dos meus filhos,ecos de uma alegria tão pura.
seus olhares curioso e debochados , mais ao mesmo tempo meigos e cheios de vida,
pintam meu mundo com cores que o tempo e a distância tenta desbotar.
E assim Mesmo vivendo em plena felicidade,
nada me adianta,
pois quem inventou a distância
nunca soube como dói a saudade.
C.Araujo