Thiago de Melo

Amor e o nada

 Que bela noite fria, lá vou eu, lá vou eu;
 sem querer vi você do lado de fora, 
 fora da casa na mesma calçada.
 
 Essa cidade é tão eu, e eu sou o nada
 que amou, eu sou vento que chora,
 eu sou chuva que molha meu rosto.

 Sou um artista, sou tolo e não consigo
 esquecer grande amor, mas não é meu;
 eu nunca quis evitar.
 
 Paro, sigo e castigo a mim mesmo,
 não cruze comigo na rua, não faça 
 minhas pernas tremerem.

 Me veja e me mate mais uma vez,
 de uma desculpa com olhar de pressa,
 pois você já vai subir essas escadas.