Javier Jimenez

\"Sobre Memórias e Cicatrizes: Reflexões Poéticas\"

Novamente me surpreendi no passado,

Evocando um sentimento descurado,

Assim como o Sol surpreende às manhãs... por instinto,

Me esbarrei desenterrando memórias... o que sinto.

 

Passando folhas à esquerda com dificuldade,

Quando me emocionava com a antesala da felicidade,

Pintando com as cores das reminiscências... o que fiz,

Apenas... ‘Sendo feliz pensando que ia ser feliz’.

 

Finais que esquecem encerrar-se por clemência,

Demo-nos todo para depois oferecer ausência,

Desconhecidos que outrora íntimos nas emoções,

Tocando-nos mais do que os lábios... os corações,

 

Esquecer é ignorar... O devaneio de deixar de pensar,

Mas o tempo, covarde, vilão... te faz ‘sempre’ relembrar,

O passado não é passado, se te incomodar no presente,

Acúmulos de cicatrizes que te fizeram feliz... demente.

 

Sou tudo o que eu disse... e o que me faltou dizer,

Tinge-se meus céus de cinza... assim como o meu ser,

Registo meus sentimentos antes que o tempo os atropele,

Esses que para chegar no papel... Transcorreram pela pele.