Novamente me surpreendi no passado,
Evocando um sentimento descurado,
Assim como o Sol surpreende às manhãs... por instinto,
Me esbarrei desenterrando memórias... o que sinto.
Passando folhas à esquerda com dificuldade,
Quando me emocionava com a antesala da felicidade,
Pintando com as cores das reminiscências... o que fiz,
Apenas... ‘Sendo feliz pensando que ia ser feliz’.
Finais que esquecem encerrar-se por clemência,
Demo-nos todo para depois oferecer ausência,
Desconhecidos que outrora íntimos nas emoções,
Tocando-nos mais do que os lábios... os corações,
Esquecer é ignorar... O devaneio de deixar de pensar,
Mas o tempo, covarde, vilão... te faz ‘sempre’ relembrar,
O passado não é passado, se te incomodar no presente,
Acúmulos de cicatrizes que te fizeram feliz... demente.
Sou tudo o que eu disse... e o que me faltou dizer,
Tinge-se meus céus de cinza... assim como o meu ser,
Registo meus sentimentos antes que o tempo os atropele,
Esses que para chegar no papel... Transcorreram pela pele.