Eu não sei onde vai parar a floresta.
Só diminui o que resta para quem não está na festa.
Fada, duende deem um jeito, surpreendam!
Desejo inútil, os pedaços não se emendam.
Não vai surgir nenhuma surpresa.
A trempe, sempre, preserva o perverso processo predador e presa.
Trava tudo dentro de mim.
Esse excesso é um meio para um fim.
O excesso dá as cartas e descarta o progresso
Para quem não tem ingresso.
Nessa partida, sem partida e sem chegada,
O P de povo é uma figura apagada.
Nesse jogo não se muda nada.
Simula-se tudo, dissimula-se a gula.
Engula calado quem não nasceu num certo lado.
Decerto para o certo se manter certo
É preciso que o sofrimento seja ampliado.
Desgraçados!
Como podem cultivar uma planta que não tem raiz?
A vida ida não acha a vida e segue a bula.
Na bula não bula.
Siga as instruções.
Não há como fazer outras construções.
Para o monte hoje é ontem
E o tempo não pode passar.
Engasguei-me só de pensar.
Um grito diz: ando na ponta dos cascos,
Mas para mim só resta a casca.
Descasca na calçada um feijão verde
Uma senhora madura que não serve mais
Para cozinhar, lavar, engomar, faxinar, limpar...
Como respirar tranquilo nessa selva pelada,
Sem uva, sem Eva, Adão, retidão, nós...
Onde a senhora, o moço, seus pais, seus avós,
Sem vez, sem voz, são obrigados por nada.
Nada, nada o pescador na dor que sente
E na que pressente que vai chegar.
Onde a floresta vai parar?