Andre Dias

Do alto das torres gêmeas

A uma altura considerável e pendurado na janela me encontrava

O calor ao lado derretia tudo o que dele se aproximava

50 anos de idade, patrimônio de 500 milhões de dólares, norte-americano

Cientista, ateu, empresário, professor universitário, texano

 

Ao meu lado pessoas saltavam para a morte

Abandonadas pela sorte

Em seus rostos o suor frio da angústia, vidros estilhaçavam

As chamas infernais se aproximavam

 

Como poderia imaginar terroristas (talvez fizemos algo a eles...), tamanha maldade

Aviões entrando pela porta do meu escritório, me traziam saudade

Do tempo em que meu irmão tentou me ensinar

A humildemente crer e confessar

 

Que em Jesus há vida eterna, e para os pecados, remissão

Mas era humilhante alguém tão culto crer, dobrar seus joelhos, pedir perdão

Esqueci que fé é crer sem ver

E morrendo, renascer

 

Já não me restava muito tempo

A situação terrivelmente indescritível, me trazia desalento

Era escolher entre pular para a morte ou ser incinerado vivo

Meu rosto desfigurado retratava o momento aflitivo

 

Em um último suspiro clamei a Deus e a Seu filho, Jesus

Pedi misericórdia pelo tempo em que o neguei, clamei por sua luz

Agradeci por meu irmão

Provado estava, ele tinha razão

 

Sabia que ele, meu único herdeiro

Empregaria meu dinheiro

No auxílio do necessitado

Do pobre, do miserável, do desgraçado

 

De repente adormeci e acordei no colo de alguém que me dizia:

\"Você creu em seu instante derradeiro, pediu perdão, demonstrou sabedoria

Descanse em mim, você habitará na morada de meu Pai\"

Jesus havia sido presente no pior momento da minha vida, melhor dizendo, melhor momento!