Evando Souza Argôlo Júnior

Colapso

Que arrependimento não ter-me lapidado para o momento
Julguei-me sábio, mas fui um tolo
As palavras fugiram quando a emoção tomou conta
Embaralharam-se num quebra-cabeça difícil de decifrar

Tua presença quase divina desestabilizava-me
Ao ver sua face, meu coração explodia 
Impossível esconder o que sentia
A paixão traduzida pela minha cinestesia, imatura e despreparada

Tentei expressar-me, porém colapsei
Uma pane elétrica, disparos de energia
Fiquei sem cor, e assim um branco me veio a mente
Da boca, apenas palavras trêmulas, confusas e repetidas

Proporcionalmente ao meu desespero
Foi o mistério em sua resposta
-\"Boa sorte\", acompanhado de um semblante frio e um leve deboche
A incerteza agora somada as dúvidas do que isso significaria.

Cheio do vazio, buraco sem fundo
Caminho que não levava a lugar algum
O branco em minha mente, logo escureceu
Vermelho fiquei, sentindo cada gota de sangue fluir pelas veias

Infelizmente ainda não era o fim
Pelo menos para mim
Sem final feliz
Apenas início do fim.