Eu odeio me sentir assim
Nessa angústia e sofrimento sem fim
Odeio fingir que nada aconteceu
Dizer sempre que não me doeu
Só eu sei o quanto senti
O quanto sofri,
As várias noites sem dormir
E na manhã seguinte ainda conseguir sorrir
Já molhei diversas vezes o meu travesseiro
Na calada da noite só eu e meu desespero
Lutando todos os dias contra a ansiedade
Criando cenas falsas e fugindo da minha realidade
Me tornei submissa das minhas crises
Que me tomavam por um todo deixando apenas cicatrizes
Marcas de um período doloroso
Deixadas por um sentimento duvidoso
Crises que nunca desaparecem
Que por um tempo apenas adormecem
Se não houver cuidado, novamente florescem
Me tornando novamente uma mera refém
Refém de mentiras e sentimentos
Que só vão me corroendo por dentro
Sem direito de defesa
Vendo apenas meu coração sendo vítima de sua frieza
Talvez ninguém tenha culpa
Talvez seja só mais uma desculpa
Para proteger o verdadeiro culpado
Sem que ele possa ser julgado
Julgado por cometer um crime de amor
Ou por sempre deixar rastros de dor
Eu só deveria arrebatá-lo sem pudor
Matar seus rastros de sofrimento
E principalmente você de meu pensamento