Jonas Teixeira Nery

Essa moça - Prosa poética

Tem um hálito perfumado, uma boca sedosa, lábios carnudos, essa moça dos meus sonhos. De abundante cintura e vívidos lampejos, aviva minha imaginação essa moça debruçada na janela! 
Essa mulher jovem, de encantos e palavras doces, provoca em mim inquietação, alegria. Meu barco ficou a deriva com tanta ousadia das suas nádegas em movimento ritmado. Seios apontando para o céu, convidativo, a invento nos meus sonhos, gozando minhas noites, perambulando entre solidão e silêncios.
Na intimidade dos meus lençóis eu a possuo entre travessuras e sonhos, em intenso erotismo. Seu olhar safado incita em mim um arsenal de seduções. Deambulo noites e dias em pensamentos e cobiças por essa moça desmedida. 
Uma beleza escandalosamente sensual, fraquejando meus sentidos, essa menina crescida. Errei longos dias e noites imerso nessa moça insinuante, num frenesi contínuo e arfante. 
Amei-a com sofreguidão, descobrindo imprudências em sonhos infindos, segredando coisas, nessas noites preguiçosas e tantas impertinências. Equilíbrio precário, paz aparente, suores e tremores nesses sonhos insistentes com essa moça insinuante. Suores, muito suores nessas noites quentes e escuras mesclando intensos descontroles dos meus sentidos e tantos êxtases. 
Na madrugada, ladrava um cão tristonho, as cambaxirras, essas corruíras, solidárias, que insistem ao redor da minha casa e os sábias com seus trinados, cantavam, anunciando o dia pleno. Um crescente desfazer-se de sombras da noite, dilui-se nessa madrugada plena. 
Entre vagos olhares e volúpias plena, essa jovem mulher aplacava meus instintos...