Nada tenho, a não ser memórias e meus cacos, não estive pronto e hoje é muito tarde; quanto tempo ainda tenho pra pensar que nada tenho.
Há amor, mas não tenho,
Há poemas e outros textos;
mas nada tenho.
Tenho medo mas quero porque não tenho,
simples como o cair de uma folha, assim caio e torno a me erguer, levanto gritando silenciosamente; ninguém ouviu nada.
Eu grito sim, exclamo em papéis, um eu condenado a não ter amor, o que mereço são ruídos que me atormentam.
Nada tenho a não ser um valor tardio, nada a não ser barulho interno de uma vida não vivida.