De repente o tempo parou
e ninguém me avisou
Passei pela tarde
como se estivesse na manhã do dia
e a noite para mim nunca chegou
E os minutos ficaram iguais
as horas se tornaram idênticas
os dias se seguiram similares
os meses e os anos sumiram
e desde então não sei mais
o que é assoprar velinhas
cantar parabéns para mim
e fazer de novo aniversários
No desaparecimento do tempo
fiquei confinado ao passado
em um presente continuado
onde o amanhã do hoje se ofuscou
Desde então
fico na imortalidade da memória
esse povoado impregnado de ontem
onde nele o tempo me desabitou