Helio Valim

Na palma da mão

 

O trem parte da estação,

deixando a memória

da partida, na emoção,

da plataforma inglória.

 

Ouço o ruído distante

a ecoar por um instante.

A imagem longínqua

desbota-se na retina.

 

Reflito, por um momento,

o instante que contemplo.

Inspiro lembranças no ar

que sofro ao resgatar.

 

Idilicamente, tento rimar:

amor com beija-flor,

verdade com sinceridade,

felicidade com eternidade.

 

Toco a palma da mão,

sinto as marcas do tempo,

sigo, em vão, a linha da vida,

evocando rimas ao vento.