A porta fechada
Janela trancada
Um feixe de luz na cozinha
Uma tristeza pairando no ar
Já com a porta aberta
Um silêncio profundo
Só um vão escuro na sala
E com a luz acesa
Nenhum vestígio de móveis
Os cômodos acomodando poeiras
Traças por todos os cantos da parede
Um ambiente de solidão
Escombros de uma família feliz
Saudades daquilo que já se foi
Lembranças de quem não está mais ali
Vontade enorme de gritar
Um buraco aberto e profundo sem fim
Se eu pudesse trazer ela de volta
Aquela que me deu a vida
Me ensinou como é ser um homem
Mas tudo foi se perdendo
A noite ficou mais escura
O frio mais forte e denso
O coração gelado e com medo
A dor esmagando por dentro
Eu já estou no fim e ainda não sei
Dolorido está o meu ser
O relógio marca a hora da partida
Oh, partida está a minha alma
Mas, tenho que seguir triste
Me perdi no “breu” do escuro
E pela resta das minhas sombras
Olhando para mesma casa
Continua a porta selada
E também a janela travada
E a escuridão se consumava
Apagaram-se a luz
Se apagou a minha vida.
25 abr 2024 (13:48)