Então estava eu sentada no banco da praça,
Enquanto observava o filho de minha filha.
Ali, o menino corria com a criançada
E não tirava o olho de mim.
No banco ao lado
Senta uma garota a cantarolar.
Em meio a palmas e assobios
A garota trazia a minha memória
Uma canção de um velho artista...
Francisco, meu neto. Percebeu minha desatenção das suas aventuras.
Gritava: vovó, olha para mim. Sou que nem o super herói dos teus sonhos de menina.
Oh, meu pequeno Chico, a te devo a alegria de ser.
A alegria de saber que o tempo foi tão generoso e delicado.
Nos olhos daquele guri,
A tatuagem mais profunda da minha história.
Que fazia parte do meu cotidiano de velha.
A alegria em viver uma majestosa valsa,
Entre a vida e a morte.
LYVIA CRUZ