... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

A VOZ DA SOLIDÃO

No vão da noite sombria, deserta

Tão silenciosa, envolta em arrelia

O repouso torna a cena irrequieta

Em um tenso sussurro de agonia

 

A enodoada alta noite terrificante

Povoada de uma vontade, irradia

Aperto, onde não há o que cante

Nem o poema sem a melancolia

 

Na treva da escuridão a coruja pia

Rompendo o vazio no tom dolente

Tal um cântico de acerba sensação

 

O pensamento da gente silencia

O coração arrepia tão vorazmente

E, merencória fala a voz da solidão.

 

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

20 abril, 2024, 13’58” – Araguari, MG

 

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