Alvaro dos Reis

Quem diria…

Ah! amada minha.

Quem diria que os seus versos

pudessem ser pergaminhos

da minha busca de amores supranaturais

no qual se baseia a minha tese da existência?

 

Quem diria que a sua voz

pudesse ser o corro triunfal

da minha eterna devoção?

 

Quem diria que os meus pensamentos devastados

pelos ventos frágeis dos sentimentos humanos

pudessem acalmar-se em ti 

num imaginar-te somente?

 

Quem diria…

Mas quem diria que as horas que passo contigo

são eternidades que passam num piscar de olhos

e quando estou sozinho comigo

é o piscar de olhos que se torna eternidade?

 

Quem diria…

Quem diria que o seu riso é meu sorriso

e suas lágrimas a minha crucificação

e que sua alegria é minha primavera em flores?