Então
Aquela chuva miúda
Dessas chuvinhas contínuas
Que esfriam o coração
Uma melancolia turva
Mal se vê o que
Uma cerração
Combinando com o tempo
E o seu pesar
Seu arrependimento
Seus olhos subitamente
Enchiam como poças d’água
Em cálices de lembranças
Para secar rapidamente
Ao se obrigar interromper
A nascente das mágoas
Fonte do seu chover
No entanto
As águas retornavam constantemente
Como ondas na contenção
Ressaca consciente
Soluços na arrebentação
Mas disso ninguém sabia
Dormir, acordar, viver
As coisas do dia a dia
Lá fora,
Agora pareciam obrigação...