//meuladopoetico.com/

Javier Jimenez

Acordar para a morte

No primeiro Ar, na primeira Luz, surge a animação...  
No primeiro Choro, despertar para a vida, à procrastinação...

Incontáveis vezes ouvi: \"a vida são apenas sopros\"...  
Todos os que proferiam repousam agora, a três metros...

No meu relógio, quinze para as nove, chegou a grande hora temida...  
Apresentar as contas da jornada, antes de justificar a partida...

Minha juventude eterna, efêmera, meu entendimento cegou...
Após um cochilo de arrogância, a vida simplesmente passou...

Não me deleito em festejos ou alguma celebração...  
Observo apenas nos jornais os obituarios da minha geração...

Fui uma história fugaz, perseguindo sonhos e ilusões...  
Acreditando serem estrelas, quando eram meros faróis...

Refletindo sobre o balanço da minha vida...
Precisei lavar eu mesmo minhas feridas...

A colheita do que plantei não está associada à sorte...  
Tudo o que sei da vida, aprendi por meio da morte...

Não raro, a razão discorda da realidade...  
Meu derradeiro sorriso será o adormecer para a eternidade...