Ah, SE:
...Ocorresse a mim ser cego, mas saber que há o azul celeste
...Ocorrresse a mim ser surdo, mas saber que há melodias
...Ocorresse a mim não ter paladar, mas saber que há sabores
...Ocorresse a mim não ter tato, mas saber da maciez dos contornos da amada
...Ocorresse a mim não ter olfato, mas saber do perfume nas flores
...Pudesse eu não amar, mas perceber amor de outrem
...Pudesse eu não andar, mas saber que outros me carregam
...Ocorresse a mim não ter fome, mas invejar a gula
...Pudesse eu não engolir, mas tendo uma gastrostomia
...Pudesse eu não pensar, contudo, me iludir de pensante
...Ocorresse a mim não ter memória e não assimilar a memória de ninguém
...Pudesse eu não prevenir o futuro em detrimento de esperança
Se tudo isso e infindas coisas me assaltassem...
A vida, no entanto, seria glorificada...
Porque, poderia ainda assim – não estar morto.