Eu me enxergo hoje
sem as lentes
que enxergava mais as pessoas do que a mim mesma.
Hoje eu me ouço no meu silêncio
E descanso na minha solidão
que não é mais sozinha,
porque eu aprendi a ter a mim mesma.
Aprendi, a duras penas, que eu precisava me aceitar
antes de querer a aceitação das pessoas.
Hoje eu não preciso mais do grito
que ninguém ouvia,
nem do disfarce que ninguém via,
porque eu aprendi a entender as batidas do meu coração,
que antes acelerava nos confrontos,
quando eu não sabia usar as armas corretas da razão e do silêncio…
Hoje o meu eu é mais eu,
é mais meu…
calado
ou gritando…
quieto
ou se agitando…
vai se ajustando,
enquanto vai descobrindo quem ele é…
e vai sendo de propósito.