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Nelson de Medeiros

DA UCRANIA À TERRA SANTA

 

 

 

Trespassa-me inteiramente a amargura

Nesta tarde pachorrenta e sem cor...

A paisagem gris esmalta de dor

A anarquia onde o mundo figura!

 

E a minha lira que exalava o amor,

Que exaltava a ternura, agora augura

O fim dos tempos, a triste moldura

Do quadro egoísta do desamor!

 

Por isso me quedo assim pensativo,

Rogando ao Céu retorno ao mundo antigo,

Em lágrimas e promessas sem fim!

 

Elas chegam d! Alma, bem lá do fundo,

Vêm da luz do escaninho mais profundo,

Trazendo um lume de esperança em mim!

 

Nelson de Medeiros