noi soul

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há uma muro alto 
atravessado nos olhos 
do confuso viajor
nada consegue arrancá-lo
do seu profundo torpor:
mas um dia
– que sorte!
alguém escreveu poesia
levou por áridas estradas
recitou aos ventos e às gentes
o acaso ou o ocaso
transportou as palavras lidas
pelas ranhuras da defesa
daquele olhar vazio
o sopro e a luz dançaram
inventando aquarelas
a arte abriu no muro
uma preciosa janela!

 

noi soul
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