... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

VOZ DA TARDE NO CERRADO

Entardecer, a voz da tarde que murmura

No cerrado. Canta a juriti teu canto triste

Sussurra o vento, e o pôr do sol em riste

Fechando o dia, num rubor que se figura

 

A luz vai e a noite se fazendo tão escura

Na vastidão torpe o pio da coruja insiste

Corta o sossego do poente que partiste

Ficando o silêncio atroador em candura

 

É o lusco-fusco, crepúsculo e melancolia

Tecendo o ocaso no horizonte de poesia

E o anoitecer com aquele tom encantado

 

Ó vibração cheia de ruido, de sensação

Coaxa o sapo, o curiango em exaltação

É a voz da tarde no cerrado, em brado!

 

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

07 abril, 2024, 18’05” – Araguari, MG

 

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