Milésimos (eternidade) se passam e continuo estagnado frente ao papel
Papel esse aonde resigno uma vida, a minha
Empenhando-se com mentiras e mais mentiras assim encoberto o réu
Necessidades nenhuma de mostrar minha futilidade a quem olha apenas o fim...
Ambiente aonde o silêncio se torna sepulcral
Chamas das velas que perpetuam uma melancolia fria
Dando a ilusão ao aconchego que sinto vindo da solidão abissal
Nada ajuda, nem eu, pois mais que tente nenhuma tinta fica nessas folhas irrisórias
Tento fugir de mim em linhas enigmáticas,
Não sou capaz já que a única tinta que se imortaliza é de meu coração?
Eu preciso ficar mergulhando a pena dentro de meu peito?
A tinta nunca se acabará, feridas sempre voltam a se abrir, como dói a cicatrização!
Um covarde... um covarde para meu destino, com isso só me resta se imergir em escuridão
Passado agarrando fielmente meu presente impedindo-me de escrever o futuro
A alma fervida de paixão nesse propósito de buscar a felicidade, ou em razão
Meus olhos enxerga genuinamente o amor nessas palavras, o mais efêmero
A efemeridade nessas linhas se abafam com minha lamentação, tudo se torna um só...
Tudo se torna eu.