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Melancolia...

Resto das Minhas Sobras.

Não tenho mais lágrimas em meus olhos

Sinto que, a fonte já secou dentro de mim

A saudade maltrata dentro do meu ser

E nem lacrimejar meus olhos conseguem

Vou vivendo com a minha profunda e inevitável dor

Sem ao menos me sentar em um canto e chorar

Risos saem levemente do rosto em forma melancolia

Mais a minha alma profundamente grita, sofre, se desespera

E eu não tenho outro artifício do que engolir o choro

E guardar a tristeza como se fosse uma jóia preciosa

Porque eu não tenho outra forma de sofrer calado

Dentro do meu peito já está tudo consumado e entregue a dor

Forças já não existe mais dentro de mim

Usei tudo para arrancar essa sofreguidão que me estraçalha

Apostei todas as coisas que tinha de útil, se tornou fútil

Mais não consegui tirar de dentro de mim

Enquanto meus dias se tornam noites

Vou alimentando a minha alma de penumbra

Pois, assim que chegar o tempo em que não mais estiver aqui

Deixarei vestígios de uma solidão dolorida e algoz

E assim vou falecendo pouco a pouco

Fio a fio, preso no fio da navalha feroz

Que, se eu bobear diante da alegria que se afasta do meu lado

Eu desabo na armadilha que a minha própria tristeza armou para mim

Por enquanto estou aqui, na certeza de que não estou vivendo

E sim, estou aguardando o ceifeiro decidir o que será do resto das minhas sobras.