Melancolia...
Resto das Minhas Sobras.
Não tenho mais lágrimas em meus olhos
Sinto que, a fonte já secou dentro de mim
A saudade maltrata dentro do meu ser
E nem lacrimejar meus olhos conseguem
Vou vivendo com a minha profunda e inevitável dor
Sem ao menos me sentar em um canto e chorar
Risos saem levemente do rosto em forma melancolia
Mais a minha alma profundamente grita, sofre, se desespera
E eu não tenho outro artifício do que engolir o choro
E guardar a tristeza como se fosse uma jóia preciosa
Porque eu não tenho outra forma de sofrer calado
Dentro do meu peito já está tudo consumado e entregue a dor
Forças já não existe mais dentro de mim
Usei tudo para arrancar essa sofreguidão que me estraçalha
Apostei todas as coisas que tinha de útil, se tornou fútil
Mais não consegui tirar de dentro de mim
Enquanto meus dias se tornam noites
Vou alimentando a minha alma de penumbra
Pois, assim que chegar o tempo em que não mais estiver aqui
Deixarei vestígios de uma solidão dolorida e algoz
E assim vou falecendo pouco a pouco
Fio a fio, preso no fio da navalha feroz
Que, se eu bobear diante da alegria que se afasta do meu lado
Eu desabo na armadilha que a minha própria tristeza armou para mim
Por enquanto estou aqui, na certeza de que não estou vivendo
E sim, estou aguardando o ceifeiro decidir o que será do resto das minhas sobras.
6 abr 2024 (10:37)