Senhor Emanuel, faz tempo que não o vejo aqui na rua,
Será que eu deveria me preocupar?
Eu o sempre o via sentado em sua cadeira de balanço aqui fora,
Olhando os pássaros baterem suas asas
E as borboletas pousarem em suas rosas.
Mas agora, suas rosas murcharam
E as borboletas voaram,
Voaram para longe da tua sacada.
Os passarinhos que antes vinham aqui para comer o pão que jogava,
Agora são urubus que ficam em cima da tua casa.
A laranjeira que o senhor tinha no teu pequeno pomar secou,
Ficou tão seco que o vento o levou.
Seus parentes que vinham lhe visitar
Nem mais vejo os carros estacionar,
O almoço de domingo que sempre o senhor guardava para me dar,
Sinto saudades ao lembrar.
Espero que o senhor esteja bem,
E que tenha tomado seus remédio na hora certa,
Não se esqueça da sua querida “neta”!