Lunix.L

Maremotos de Químicas

No abismo químico onde a vida se esconde,
Maremotos fervilham no horizonte.
Átomos em frenesi, em eterna mutação,
Sob a pena do poeta, ganham coração.

 

Augusto dos Anjos, com sua voz sombria,
Observaria as moléculas em agonia.
Entre ácidos e bases, a luta se desenha,
Num balé macabro que a morte enseja.

 

A energia que flui, invisível e voraz,
É como a dor que no peito jaz.
E na quietude do laboratório antigo,
O poeta encontra o seu abrigo.

 

Elementos se fundem em desespero,
Na tabela periódica, um novo desterro.
E nas estrofes que a ciência inspira,
Augusto dos Anjos, a morte respira.

 

By Lunix.L