Um sorriso morno se estendia de sua boca, em seu rosto morno e visivelmente palido
As gargalhadas que se ouvia soavam alto em grandes ecos por seus ouvidos mornos
Naquele sol quente que brilhava naquela tarde linda de domingo morno
Dentro de sua mente morna havia uma briga com seu coração morno
Naquele momento morno, lhe parecia uma eternidade
Para ele não era algo novo, nem mesmo pouco recorrente
Em seus mornos olhos, não havia brilho
Não havia em seu olhar qualquer forma de empatia
Parecia que seu corpo ali estava
Mas sua mente dormente
Semelhante um morto vivo
Havia apenas o morno de um grande vazio
Para os que viviam ao seu redor
A questão curiosa era: será que ele nasceu assim?
Ausente de reação, apenas com sorriso morno e um olhar morno
Era tudo o que se conseguia dele
Podia notar algo muito pesado sobre aquele garoto
Uma energia obscura e preocupante
Somente me parecia alguém que sofria
Solitario e judiado
Eu sentia pena, eu sentia dó
Já estive em muitos momentos no lugar dele
Era algo que somente um familiar reconhecia e percebia
Eu, uma poeta melancolica e expressiva
Ele, um garoto no fim do seu limite
E no fim do seu limite, algo um certo dia
Como uma tempestade repentina e muito fria
Aquilo aconteceu
De primeiro momento achei que ele havia tirado a própria vida
Mas ai me dei conta de que isso não seria
Sem vida aquele garoto já percorria
Demorou para que eu aceitasse o que eu não queria aceitar
Mas fatos não se aceitam, mas sim se engole a goela a baixo
Descobri então mais tarde
Houve sangue em suas mãos
Houve gritos de socorro e de desespero em seus ouvidos
Houve dor de outros sendo visto por seus olhos
Houve terror e muita crueldade
Aquele garoto morno, aquele garoto morto mais vivo
Aquele que eu havia tido pena
Havia tido dó
Havia me visto nele mesmo que em uma unica vez só
Havia daquela forma morta e morna tirado não só a propria vida
Mais levado consigo mais oito vidas
No final, já não sabia
Se sentia pena ou se sentia o mesmo vazio.