Carlos Lucena

QUANDO CHOVE NO SERTÃO

QUANDO CHOVE NO SERTÃO 

Quando chove no sertão
A nuvem branqueia o céu 
E cada gota  de água 
Pinta de verde 
lavando a mágoa 
Que pranteava a secura
Escorrendo pelo chão. 
E quando, no firmamento
O sol rasga seu véu  
O orvalho em cada galho
Cobre de ouro 
o verde do louro
Despontando do que 
era o seco chão .
A noite desce
E a chuva em prece
Faz soar na corredeira uma canção.
Silenciosa a madrugada acorda-se com 
seus sinais
Já despertada
Pela orquestra de pardais.
E as andorinhas 
não mais sozinhas
E bem fagueiras 
voam ligeiras
A enfeitar o céu de nuvens do meu sertão.