QUANDO CHOVE NO SERTÃO
Quando chove no sertão
A nuvem branqueia o céu
E cada gota de água
Pinta de verde
lavando a mágoa
Que pranteava a secura
Escorrendo pelo chão.
E quando, no firmamento
O sol rasga seu véu
O orvalho em cada galho
Cobre de ouro
o verde do louro
Despontando do que
era o seco chão .
A noite desce
E a chuva em prece
Faz soar na corredeira uma canção.
Silenciosa a madrugada acorda-se com
seus sinais
Já despertada
Pela orquestra de pardais.
E as andorinhas
não mais sozinhas
E bem fagueiras
voam ligeiras
A enfeitar o céu de nuvens do meu sertão.