\"Folhas murchas em um lugar sombrio,
Árvores quebradas, esperanças em desvario.
Chuva fria, ácida despedida,
Flores mortas, almas divididas.
Silêncio enquanto lá fora chovia,
Ruídos de desespero, a canção da agonia.
Nomes perdidos, ressoando em um vazio de nostalgia.
Enquanto a chuva caía, a alma corrompia,
Deixava o corpo apodrecer enquanto chorava ao ver o dia.
Fungos devoravam aquela carne fria,
Com o mofo que sempre o consumia.
Não se despedia, mas sofria,
Era escuro, ele dizia, buscava por harmonia.
Me tire daqui o mais rápido que podia,
Mas nem sequer conseguia, sentia a agonia.
Era uma paz, ele dizia, em sua fantasia,
Enquanto lá fora o mundo corrompia, a sombria sinfonia.
Vagava em uma noite sombria, esfarelada,
Com cacos de vidro, a alma dilacerada.
Não contente, ele via, a humanidade despedaçada,
Com a violência que surgia, a esperança sepultada.
Se perguntava se era isso mesmo que queria,
Olhava ao redor e não tinha nada, a solidão se fazia presente, fria.
Só terra, concreto e pessoas esquecidas,
Num mundo de sombras, vidas perdidas.
Aquele cheiro de enxofre se espalhava na noite sombria,
Ansiava pela primavera, aquele brilho que sentia,
Mas vivia no outono, onde a alma estabelecia,
Olhava para as pessoas desesperadas por um amor verdadeiro,
Se entregavam sem receio para alcançar o auge do amor que um dia foi inteiro.\"
–Jef R.