Acho que não viu... Foi o que pensei de imediato
Ao virar-me para o lado, o rosto todo corado
Um palpitante coração no peito;
Aquele céu anil... Era o cenário que me fora dado
Era o refúgio de um condenado, estava lá o meu ser alado
Sabia que não tinha jeito.
Respirei fundo então, acalmando minha alma ardente
Com uma emoção latente, essa sensação tão diferente
Que me fez querer amar;
O buquê frouxo na mão, seu tom rosa e incandescente
Uma luz surgiu na minha frente, como o brilho de um sol nascente
Era o calor do teu olhar.
Criei coragem... E então coloquei-me diante de ti
Meio sem jeito eu sorri, é a coisa mais linda que um dia vi
A obra prima em seu esplendor;
Mais que viajem... Ver seu sorriso de tão perto assim
Lábios cor de carmim, deslumbrantes do início ao fim
Então é esse o tal de amor?
Eu lhe entreguei... O buquê trêmulo de minhas mãos
Tamanha foi a excitação, toda a história, toda a paixão
Que dentro de mim refletia;
Eu quase a beijei... Sua face pálida, sua grata expressão
Fazia arder o coração, como um secreto romance de verão
Era algo que somente eu sentia?
Arbitrário amor... Que alimenta e que me drena a vida
Me deixa sem saída, que me provoca, que me instiga
Aos poucos me faz sonhar;
Preso a ti estou... Que sem qualquer dó joga a isca
Me faz perder tudo de vista, que me cativa e me fascina
Isso não há como negar.
Pela eternidade... Eu então jurei que lhe amaria
Que inteiro me entregaria, que sedento idolatraria
Mesmo que não me amasse;
Grande felicidade... Acordar ao seu lado todos os dias
Eu realmente não saberia, o que fazer com tanta alegria
Mesmo que esse sonho fosse verdade.