Noite aguda, névoa nos inunda
Na claridade é forte, na escuridão se consome
Minhas ideias escorrem entre meus olhos
Mas, eu vivo escondendo meu rosto para você não às vê-las
Meu auto-retrato, não cabe em um porta-retrato
Denso demais, forte demais, sem cor à mais
O toque suave e sútil, de um mundo sem espelhos
Eu estive pensando, se você poderia me deixar viver um pouco no seu amor
Tão falho, tão inóculo, parado e movimentado
Escrevi cartas, para ninguém ler
Comecei a compor, para ninguém ouvir
Tentei pintar, para ninguém olhar
Sombras de mim mesmo
De alguém que já fui ou me tornei
De um diário, para dentro do armário
De um cadeado, para as trancas do meu coração
Inabitável, inconcebível, sempre foi
Eu não posso derramar uma única lágrima
Porque se uma única gota sair...toda a barragem irá se romper...
Então falo para mim mesmo, continue vestindo a máscara...