No espelho, um rosto que não reconheço,
Olhos cheios de medo, um
tormento sem preço.
Perdido em mim mesmo, um
estranho no meu lar,
Quem é esse ser que ousa me usurpar?
No espelho, ele me observa sem parar,
Um demônio faminto,
pronto para me devorar.
Com olhos de raposa,
ardiloso e cruel,
Espera o meu tropeço para me atacar.
No espelho, não gosto do que vejo,
Um menino perdido,
em um mar de desespero.
Procuro por mim, mas não consigo
encontrar, enxergo apenas um
vazio que me faz sufocar.
Em meus sonhos, te vejo sorrir,
Em meus pesadelos, te vejo me
perseguir, uma presença constante,
sem nome a definir, Em
cada ato, me sinto a sucumbir.