Ouça bem o barulho das ruas ao meio dia
As pessoas indo e vindo sem saber pra onde
São buscas de si mesmas em meio ao incerto
O ontem parecia querer dizer o por vir para ser
Agora então é olhar quem somos nesta panaceia
Deixar fluir de vez as vontades mais empolgantes
Observe bem os gestos daqueles que aqui circundam
Pedem austeramente passagem para um novo tempo
Adiam suas neuras absorvendo o riso no dourado da bebida
Uma reza, um culto na fé amenizando o anseio contido no existir
Todos caminhando em estradas de paisagens nunca vistas
Surpreendendo-se com as flores plantadas à beira do abismo
Pasmos com um céu azul que escureceu trazendo a tempestade
Olhe bem o semblante desses que se deixam serem vistos
Quantas nuances vemos neste frenético ritmo de Ser, de viver
Certos de estarem indo de encontro ao fim, inusitados vão!
Melhor é olhar o cume da montanha com seus ares puros!
Saber que lá do alto é possível enxergar mais além daqui
Permitir-se a paz e ao amor a cada noite, a cada amanhecer
Deixar acontecer naturalmente, viver, para o mundo nos sorrir
Claudio Reis