Carrego nostalgia em meu pensar.
A consciência flutua nos mares do passado,
São as águas turvas desse oceano salgado
Que me fazem forasteiro na arte de acariciar.
Sou deveras frenético... companheiro da solidão...
Fortes ventos me levam e me fazem de fantoche
Perante reminiscências que sutilmente me envolvem
E cada vez mais sou anfiteatro e ermitão...
No trânsito confuso da memória busco me conhecer
E em meu íntimo edifiquei intenso e imenso ateliê
Onde coleciono fatos antigos ainda bem vivos...
Não faço distinção entre pretérito e presente,
O futuro é uma incógnita, na poesia sou confidente
Da amargura que assedia meus minutos paliativos!
DE IVAN DE OLIVEIRA MELO