I
Por tudo ilustre se arde o elo de caosgenia
Por todo canto se evoca uma partitura
Por toda prescrição há a sedenta bombarde-a
Trabalho sobrepujante das veias Suras
Por tudo ordinário, o motor repetitivo
Por todo mudo se denega falcatrua
Por todas as práxis há um esforço consigo
Em falso possibilita tecelã musa
Para todo trabalho há uma totalidade
O Ergon inquere de um télos absoluto
Para todo totalitário há trabalhar
A Omnis resfriada da causação e seu fruto
O fruto dessa completude tão incompleta
Sem nome, portanto, sem quaisquer autorias
É pura potência, matema que aquieta
Ambos indicador morto, indicado filho
Omnergon hoje o chamam, Criador Supremo
Inconsciente de si, um órfão de si mesmo
E toda antiestocastia, para o blasfemo
Fazer da orfandade a adoção de si o desejo
II
Guaiaco, o Arvoredo que tudo de mal cura
Inclusive o calmo barulhento silêncio
À frente dele; existia rochosa fenda
Velada por pedras, um segredo dispêndio
Neste primal eclipse parcial do sol
De que se tem algum fugaz conhecimento
Em uma alaranjada tarde de arrebol
O guaiaco, mãe-planta, milagrosamente
Moveu-se em direção ao que restava de luz
E como uma nascença côncavo-convexa
Da cura fotossintética; móvel pecha
Uma planta capaz de andar, que sol seduz
O sol; fonte de sofia, uma estrela-guia
Agora já totalmente atrás, sombreado
Havia, o guaiaco, por ali só dançado
Da fenda; quando vem a volumosa chuva
Anunciando o prodigioso milagre
Um raio estuporou, bombardeando as pedras
Da fenda, tão logo seguiu-se um Terremoto
Derrubando, do guaiaco, os inertes frutos
III
Durante o Terremoto, frutos do guaiaco
Continuavam a cair feito as maçãs
Podres, como um desejo orgiástico móvel
Tomou-se da árvore as posses, arremessando
Por ramos à semelhança de lindas mãos
Alguns frutos no litigioso buraco
Que agora, sem chuva, sem ser também apático
Notava capacitar chuva e entrar a luz
O guaiaco é árvore-mãe obstando desejos
Até que a ameaça de morte, eclipse e caos
Trouxe pois, a nostalgia, a Lei dos Céus
Mirasse nas suas raízes pés, reveja-os
Se a árvore movia devagar ao redor
Derrubando, em padrões de beleza, pomar
Seus olhos lacrimejavam puro suor
De quem colhe o que planta sobre dom de amar
Após não restar um único fruto em si
O Guaiaco voltou a inicial posição
E lá retornou a adormecer, não sem paixão
Da enorme floresta que estaria por vir
IV
Alguns poucos penosos anos bem depois
Guaiaco-mãe novamente cheio de frutos
Em seus galhos, mas com nenhum infeliz pé
Capaz de erguer-se uma segunda vez do chão
Abriu os olhos, discretamente, pondo-se
A observar aos arredores da bonita estepe
D\'onde nascera; para onde, pois iriam
Seus filhos, criaturas móveis serelepes
De fato o guaiaco estava ao centro da fenda
E formando um círculo, mas em espiral
Várias árvores menores tinham crescido
De uma só vez despertaram, na estupenda
Nascença de uma relva de guaiacos-filhos
O primeiro, reverenciou sua mãe
Prostrando-se adiante disse - sou Saitama
Deu espaço ao próximo da fila, que conclama
Após todos apresentarem codinomes
Profundo silêncio seguiu-se às vozes
De cada árvore que escolhera quem era
Como uma autopoieses de si, desejante
V
Saitama, o homem-árvore, disse aos seus irmãos
Que curioso, olhem aquela fenda próxima
À nossa mãe, a luz entra ao buraco, porém
Mal consigo enxergar o que há bem lá embaixo
Pois uma outra árvore sugeriu descer
A fenda para ver que havia na caverna
Que mal, não é mesmo, então façamos afazer
Preciso de ramos de árvores, tal uma corda
Uma terceira, agarre a corda pela raiz
Enquanto eu desço pelos galhos, tudo bem?
Mas também estamos curiosos a ver
Mas só um de nós conseguirá chegar ao além
Saitama, em dura descida desengonçada
Notaste que havia uma permanente luz
Só, adentrando através da fenda em direção
Assertiva ao centro de um altar, d\'onde cruz
Um feixe de raízes que selavam algo
O que tu estás fazendo aqui? Que se vá embora
És irmã nossa; à raízes presa fidalga
Você está por aqui, embaixo à meia-luz...?
VI
Você não deves estar aqui, parta agora!
Mas você não faz parte da nossa irmandade?
Como te chama, irmã guaiaco sem aurora
Eu tenho toda a luz de que sequer preciso
Retorne à terra de nossa mãe e fique lá
Não posso permitir que fique sempre presas
Nas raízes de nossa mãe, no estranho altar
Tuas palavras és melhor que você meças
Não posso eu sair daqui, que tu fazes, saia!!!
Estou cortando as raízes de nossa mãe
Não faças isso!!! Queres viver de paixão?
Mas eu tenho compaixão por ti, ó minha irmã
Tolo, você violou a lei de Odiempux
Única lei nestas terras de Prometeia
Os homens-árvores crescerão até os confins
E a filha do Guaiaco restará pagã
Pagã? Do que tu estás a falar, ó mulher
Eu, dos frutos do Guaiaco-Mãe, fui escolhida
Por nutri-la até morte prematura e outro
O Nobre de Odiempux, cuidai-te dos pais
VII
Saitama e temendo, irmã, voltaram ao solo
Deve ser estranho, sentir luz do sol, não?
Não entendo, por que nada sequer acontece
Não devias ter liberto eu dessa prisão
Prisão!?! Mulher, algum fruto de nossa mãe
Caiu na fenda adentro e você só nasceu
Lá embaixo enquanto a raiz do arvoredo cresce
Formando ali aquele estranho altar, mas, enfim
Agora você está livre, aqui, na irmandade
Undécima, agora, com você, nós 12 somos
Não! Não pode estar acontecendo tudo isso
O que tens! Diga ou a baniremos desta estepe!
Como eu posso ser única a saber dentre eles
Por quais castigos eu nasci nesse lugar
E fui libertada de amarras ancestrais
Devo contar a verdade a esses tolos seres?
Que verdade!?! Apenas diga o nome ao guaiaco!
Eu sou... Emunah! O fruto do qual você se nutre
Céu escureceu de imediato, com trovões
Enraízo a terra ao imaterial, exceções?!?
VIII
Uma voz sem precedentes, com direção
Pôs-se por recitar um amável soneto
Duodécimo feito como a Nova Terra
Ungida dos deuses ao profeta Zenão
\"Saitama, acrônico de sins, nãos e senãos,
Pela vastidão desta Terra de silêncios
Incruentos dons do nada, portanto o tudo,
Tua voz será salmos aos ouvidos mudos.
Saitama, acrônimo de sins, nãos e senãos,
Da redoma mínima, côncava prisão
A raiz sagrada busca a luz, não para água,
Lembra-te disto, não sentirás sede, mágoa.
A Saitama, nomeio-o Zenão, socioleto,
Do grampo negativo, todas negações
Trans-tornadas em supremas afirmações.
De contra os absurdos do universo, um medo
Sim, vossa profecia a cobrir toda a Terra
Prometeia, lembrai; és quem nutre arvoredo.”
Mas quem nasceu por ser decerto um nutriente?
De uma árvore chamada Guaiaco... Absente...
IX
Órfanõn, ó legislatura no apicum
Sim, priméveo homem creditado: Dai-lhe Lama
Assim como Omnergon é trabalho nalgum
Dever nomear criatura, ó Saitama
Órfanõn, ó legislai de azedo nalgum
Não, à Copa daquele amanhecer, uma Dama
Destro Omnergon é apiculturesco zunzum
Abelhudo Asuras, convertido em um Sama
Kami-Sama arquitetaste a dúzia de leis
No topo guaiaco, solitário arvoredo
Lá residindo, ergueu nua face, encristeis
Da humildade nasciam gametas, degredo
Reinado da fauna de um só pródigo homem
Reino Plantae, narcisuros, marginais
Aqueles, à pura imagem e semelhança,
Reivindicam o chão, estes, carcomiam o céu,
Verdadeira pestilência absoluta
Guaiaco era o cru devir hermafroditismo
Gozai do trabalho árduo, lavrar a labuta
Toda ideação divina acrescia indo ao abisso
X
Somos todos os Orfeus de um Odiempux
Aspirantes órfãos convertidos também
Dejetores de perversos afiliardes
Longe das árvores, tragamos os poréns
Expiramos fotossintético os amais
Mas o que amamos? Tudo, sempre num viário
Desejo órfão, portanto raro em Orfeus
Lambendo, da criação, tais crenças sudárias
D\'ele, D\'ela, \"D\'elu\", à cada Odiempux
Sim, cavaleiro de fácil apreensão
Ao apocalipse que é rotina, adubai-vos
Na Terra incruenta, cerceada em exódios
Êxodo do desejo poieses, criador
Só citei o pó, tua, mulher empoderada
Criança paranoica, tendões se calos
E homens, os fardados generais sedutores
Verdade que, apartidário, Odiempux
É a interna nebulosa assimiladora
Devotos, ascetas, credores, creditados
Amam, mas que serão, por ele, departidos
XI
Somos órgãos céleres belos em Orfeus
Tudo quer na omnitudo realitatis
Somos as clausuras operacionais
Tudo dejetamos: promissórias Arcádias,
Somos quais desejos? De órgãos orgiásticos...
Criação perfilai em estoica imparidade
Par na orgia? Braços, pernas, estocaste-a
Da origem simétrica de nossas deidades
Somos todos bacantes Órfãos do Eu, adiós
Tudo de vetor processa uma resultante
Montanha ao guaiaco sucede pecador
Rio em que flui fatos, teatros e, pois, o Andes
Berço civilizai-vos de um Reino Plantae
Sim, o primeiro homem, Saitama, deus de si
Riria de seus frutos: vós extraditai
Ramalhar curas, anestesias, rizoma
Regálio nomeou-se Primevo Estado
De que se noticia e o trabalho do orferido
Era o então Órfanõn, as leis D\'ele e seus filhos
Narcisuros, marginais, dramalhão orgiado
XII
Orgia estroica; de estriada e tripartida
Sim, Saitama a cultivar sua cidadela
Imortalizar Mortalitassis na estela
Futurama imperial corte de amor: vida!!!
Era preciso que seus \"filhos\" estudassem
A Cartografia do Ser de onde vieram
Nomear de Irmandade Duodécima, a era
Da agricultura, Guaiaco, regia \"estar sem\"
Misterioso divino arvoredo, frutífero
Estando sempre a gerar, dos ramos, mais um
Saitama, Matriarca Pai; Regálio
Não tinha irmãos, amantes, esposa, até filhos
Tinha, pois, partenogenético problema
Sim; alimentar a gama de pequenas plantas
Móveis, com pés, mãos, olhos, corpo, diadema
Imanentes à natureza da montanha
A Irmandade notou notoriamente
Os ciclos de morte-e-vida Ser-verde-mina
Daquele lugar incruento; mensalmente
Chovia então insolação, às margens da vida
XIII
A cada dia chuvoso após insolação
Emunah sentia cada vez mais temor
Era como se um augúrio de Odiempux
Estivesse a espreita por rachar todo chão
Então de fato, a antítese da transgressão
Finalmente chegou à relva dessas 12 árvores
Um só trovão escurecera todo ardor; céu
Mas não estava por vir a comum tempestade
Raios ao Guaiaco-mãe, a sacudir-se
E então vociferou com uma voz mais grave
\"Estou em fome de sabedoria; a tolice
A espreita daquele que adentra a cavernosa
Compaixão por teu tão só algoz semelhante
Nada diferente a Lei da Terra e do Céu
Língua divina que traduz Deus de Dedéu
Quando catá-lo-ão os frutos destas raízes
Sentenciando ao Pergaminho Celuloide
Do meu tronco, e as folhas que legislar mancham
Palavras, todo o conjunto da dureza estoica
Sofrimento, labor e sexo deste porvir\"
XIV
A criação por um Deus se faz uma prova
Daquilo que ele mesmo é; e tão só pode
Portanto, apenas uma antítese terrena
Ou de outro irado Deus, deveras lhe apavora
Quando o Guaiaco-mãe recitou seu poema
Sobre o futuro da tão pequenina relva
De seus filhos, logo raios começaram
A estuporar, um após o outro, primeiríssimas,
Suas folhas, em seguida ramos mais frágeis
Até que a lá uma apoteose da fraqueza
Um incêndio tomou posse dos arvoredos
Que se sentiam cada vez mais, nós, covardes
O combo de incêndio e raio havia podado
Todo o corpo pluriforme de nós, guaiacos
Tornando-nos à imagem e semelhança
De homens jamais vistos, ó Reino Cordado
Gritando de dor, a rastejar pelo solo
Saitama sentia a morte chegar depressa
Quando Emunah, que estava próxima à mãe
Comeu um fruto; estendendo até ele a bela mão
XV
Emunah e Saitama como dois verdadeiros
Carinhosos pais, alimentaram com frutos
O restante da relva que são agora humanos
Acabou?!? Não, apenas recomeça, perscruto
As razões pelas quais nascemos por novamente
Nascemos? Nós estamos tão só condenados
\"Pegai esta madeira restante de teus corpos
Fabricai as vossas árduas novas moradias
O sol ruge labor, a noite paixão mia
Multiplicai as árvores com minhas sementes
Procriar até os confins do espaço-tempo
Porque órfãos de mãe que é pai, dia adia
O detalhamento de quem vós antes fostes
Quem agora novo nascimento serão
Árvores com raízes a nômade em chão
Mas não explorai os confins, Terra Prometeia
Sem antes uma tábula da Nova Lei
Forjai um anel de lembrança, da Musa e Deusa
Que lhes concebestes as miseráveis vidas”
XVI
Quem era Saitama? De onde veio, onde quer
Ir? Saitama era um estrangeiro, tramai nato
A pergunta não era quem, mas deveras como...
Como conceber Duodécima Lei e o ser
Subjugado obedecer... Caos é estranho
Sempre, que pela ordem que esta ousando se apanha
Justificai para o que é, deixou de ser
Vindo, no devir, imperioso poder
Saitama, necessária Antígona, deseja
Diante da origem, restai-nos, voz, souberdes
Que acorrentado pelos pés numa caverna
Ao céu aberto, d\'onde, boa, entrava uma luz
Vêm guaiaco, desejo orgiástico móvel
Pressupõe diferença, ele sedimentou
De suas sementes, no chão, os abomináveis
De si Ceifador: madeirei destruidor
Saitama queria colher frutos da raiz
Que como moderna a salvai, perfuratriz
Por eterno algum motivo, ela, acorrentada
E um perfurai de raiz, liberta-o com cuidado
XVII
Duodécima Tábula da Lei do Órfanõn
Saitama havia processado nalguns troncos
Do guaiaco divino em nobres pergaminhos
Sentes todo poderio, glória, ao caminho
Transvalorização dos homens, seus caráteres
Aqui a vós escrevo, num idioma-mãe, raiz
Para toda prosperidade ainda por vir
Labuta que nos incumbia, trabalhar
Metamornoia; és À Inor Romã Tem
Saitama comeu um fruto trazido até ele
Pelos doze magistrados com seus anéis
Tão logo ele sentiu mártir sede, é que
O fruto era azedo tal como o mais pungente
Alimento frutificai ali aos arredores
Presenteio-vos com este alimento, o Inor
Fruto da libido do Arvoredo, então mores
No coração; savana aqui prodigiosa
Aos homens; língua da Lei e da Caosgenia
Viemos por todas crias, todas as vias
Comeremos do chão; respiraremos prosa…
XVIII
A ação potente vem do poderia ao seu ato
De só uma vez, sem descaso sem descanso
E se a mão invisível requer os magistrados
Eles também são uma extensão desse infame-o
A ação potente vem poder ao poderia
Inúmeras perpétuas vezes, sem defeito
E se magistrados são ceifador da mão
O chão é o céu bem como o céu é o chão
Meio-dia ao enterro, Terra Prometeia
Valem a dúzia de deuses desconhecidos
A dourar deles: matriarca Pai e mãe Ígneo!
Imaterial extramundo ao esteticídio
Ao desejo que converge nas outras horas
Dos inevitáveis ciclos impiedosos
Noite-dia, deriva-governo, lorotas
De uma humanidade! Que desejante sósia!!!
Dos governantes com seus pródigos anéis
Prístinos! Modo a opulentar desquisições
Ninguém ousaria questionar, cruel
Razão por qual governo governa céu e chão
XIX
Amaldiçoados a ser humanidade
Louvemos nossa outrora sapiente mãe
Comereis seu fruto multiplicando-nos
Das tábuas antes os corpos virão condados
E quando estivermos não mais em tristes prantos
Mas prontos, cortaremos a ela por sua raiz
Retornando ao imaterial ó nossa Deusa
Tecelã das florestas, mulheres, dos homens
O Guaiaco-mãe é uma deusa? O que Somos
A Irmandade Duodécima da Lei aos Céus?
Éramos, agora somos hermafroditas
E Ela, nossa mãe, não mais algo sequer deve
Mas d\'onde apareceu esse Arvoredo afinal?
O Guaiaco é árvore sagrada, a cura
Quando, pois numa vendeta celestial
Com nostalgia do pacífico, este solo
O céu chorou dilúvio por primeira vez
Um raio rasgou o véu a separar Prometeia
Ao imaterial; da fissura caiu semente
Nascendo nossa mãe, agora ela há de voltar
XX
O Anel da nossa Orfandade se forjará
Sob os liames da porvir por mãe saudade
Emunah, desejo que então à vossa mercê
Tome posse deste anel, como zelo, selo
Amor por minha sofia, dada por você
Quanto aos outros guaiacos, vós irmãos, irmãs
Lembrai-vos destas palavras de nossa mãe
No obreio há sol , mas deleite ao lume da lua
Que a primévea união da vida segmente
Fecundo futuro a diferir do passado
Presenteamento somente do cuidado
Sob as incumbências, vida a se legislar
Para o discurso se seguiu Prístino anel
Oriundo da mãe, matriarcal guaiaco
No anelar dedo de Emunah, a filha do trato
Com o Deus Omnergon, o tal Tirano da Ordem
Mas essa era uma prosa a tão só esconder
Entre as linhas da escritura, lei de Órfanõn
Que Saitama transcrevera , as regras de Flaunus
O título que se batizou àquela estepe