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Marcos Trindade

Abismo

Na escuridão da alma, onde o amor se perde,
Caminhamos lado a lado, mergulhados na dor.
Promessas quebradas, juramentos ao vento,
Nossos corações dilacerados, sem alento.

Entre o céu e o inferno, dançamos na corda bamba,
Em um jogo de poder onde ninguém mais se ama.
A juíza dos desejos, a carrasca dos sonhos,
Caminha sem remorsos, pelos caminhos tristonhos.

O fel da sombra, agora nosso cálice amargo,
Entre a lucidez e a loucura, vagueamos no embargo.
O limiar da insanidade, sem coração para sentir,
No abismo da eternidade, onde só resta partir.

Assassinos de felicidade, destroem-se as almas em vão,
Em um elo infinito de dor e solidão.
Que a justiça eterna seja o nosso juiz,
No silêncio do abismo, onde o fim se faz raiz.