noi soul

êxtase

Indiferente aos movimentos
de pequenos seres terrestres
cruza o céu em passo lento
a majestosa dos poetas
enquanto a luz iridescente
do astro-rei se despede
e uma menina-mulher
em seu quarto reflete
sobre uma cama bagunçada
deitada no cobertor
lendo letras intrigantes
dum famoso escritor
a capa cor de arrebol
a história seca e tenaz
os carros voltando às casas
e os sons dos animais
vozes distantes e dentro
sonhos e sonos sem fim
a moça reflete a beleza 
e a estranheza do existir
palavra que mostra tudo
discerne e desfere e ri
no arco de uma personagem
tão longe da sua imagem
tão perto do seu porvir
minutos viram segundos
segundos dissolvem horas
e outra vez a aurora
desperta sua lucidez
começa a vida às 5
trabalha e faz seu risco
entre o não e o talvez
à noite, de sua janela
memoriza os olhos dela
a lua que se desfez…