noi soul

liberação

indiferente
permanece indiferente
ante a desgraça das gentes
que morrem aos montes
em sua frente
não são apenas tiros e facas
não são apenas bombas e farpas
são inundações de tristezas
clamores das extremas pobrezas
ciclos que rodeiam os nós
vozes que abafam os dós
limites perdidos em si mesmos
liames desfeitos aos despejos
indiferentes
eis que permanecem vós
construtores do futuro retrós
adivinhos de promessas desfeitas
mercadores de almas eleitas
con-ve-ni-en-te-MENTE
disfarçados de bondade
entorpecidos em sua própria vaidade
indiferente
permanece a existência
frente a insensatez da eloquência
de quem fala
grita
e nada diz
de quem vive
e morre
sempre
por um triz…