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Breno Pitol Trager

Usina Sentimental

 

Vamos de parnasianismo?

 

 

Quero pintar soneto sobre sentimentos

Como poeta algum ousara-se sentir

Quero tecer soneto acerca de cruentos

Dolos aos quais, divina lei, ó permitir

 

Como cruzar horizontes os mais horrendos

Quero que o soneto vanglorie-se emir

Como horcrux que resiste ao tempo, nojentos

Dolos quão soneto nutrem-se de elixir

 

Quero que este meu soneto, viva ranhento

Sobrevivendo olhos de múmias, ó devir

Da eternidade que as letras se ostentam

 

Como soneto que ofusca estrelas, vizir

Sobreviva aos buracos, pupila enfrenta

Do eterno, ampulheta da memória, a fulgir