Carlos Lucena

REVELAÇÃO

REVELAÇÃO 

Sou como o ar,
Por dentro transparente
Mas quando me olham, veem-se um azul incandescente.
E nas nuvens escrevo a poesia que quero,
E de repente estou dizendo o que não espero.
Sou o miolo do lápis nervoso
E o traço da letra  tão explícito quanto misterioso.
Sou a penumbra de uma luz silenciosa
Que sai do caule de um  abajur solitário
Como uma intrigante fonte luminosa.
Sou o papel, lápide das poesias fascinantes 
Ou quem sabe das palavras 
Exprimidas nas mãos cativas dos poetas delirantes.
E assim, nos abismos da escuridão
Sou a claridade
Que dá luz pelos versos de um poema ou pela melodia de uma canção.