Assassinei uma pessoa,
Assassinei a mim mesma.
Me destruo todo dia,
Pra no final, me reconstruir.
Me atiro, me obrigo, me frusto.
Depois, me desculpo.
Todas as noites, preciso me perdoar
Pra continuar viva no dia seguinte.
O ciclo se refaz, nunca muda.
E daí? O mundo continua a girar.
A minha guerra não é com ninguém,
A briga rola apenas entre eu e minha mente.
É interna e intensa.
É infinita e sombria.
Se alguém se encontra em meus versos de ódio
Ou os toma como indiretas pra si,
Creio que essa pessoa esteja numa guerra interna muito pior que a minha .
Vênus, 6 de janeiro de 2024