O meu coração vibra,
Com o desejo de ser amado,
Mas o sujeito poético nunca poderá ser amado,
É demasiado ele próprio,
Demasiado confuso e melancólico,
Demasiado assertivo e feliz,
Demasiado confuso
Agarra-se à expectativa,
Tal como um punho agarra o céu,
Que lhe escapa infinitamente pelos dedos,
Correndo a sete pés,
Como se tivesse visto o interior do seu dono,
Mas a culpa é dele,
Pois quem agarra o céu,
O que esperara ganhar?!
Pensaria ele que agarraria todas as estrelas no céus,
Fazendo com elas a mais bela das galáxias,
Mas as estrelas são inalcançáveis,
Se calhar é por isso que o sujeito poético tentou agarrá-las,
Por precisar de se autodestruir,
Para sentir algo no coração,
Para saber que ele bate,
Para saber que ele continua expectante,
Expectante por sentir o mais puro e devastador dos sentimentos,
O que constróis e na mesma medida destrói,
O que arde e cura,
O mais belos dos sentimentos,
Mas o sujeito poético não se acanha,
Atira-se às brasas,
Esperando que alguém também se atire,
Mas ele apenas se queima,
Queimando um pedacinho de si no processo,
Pelo menos o seu coração vibra,
Vibra, pela necessidade de ser amado,
As suas paredes gritam de desespero
Desejam ser estimadas,
Como o sujeito poético.
O coração vibra,
Nas suas paredes ecoam súplicas,
Poderá um coração intocado despedaçar-se
Apenas pelo simples fato de nunca ter sido amado?
Eu sei que pode,
Pois sinto-o.